quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

HORA DO ALMOÇO

Ao levantar da cadeira azul marinho e passar por toda a paisgem bége musgo do escritório lá me vou para o breve banho de sol no caminho do prédio até o restaurante.

Uma multidão com aquele discreto charme burguês caminha e lá prá cá em suas embalagens engomadinhas de tecido que na verdade por dentro sentem-se numa grande estufa similar a um risole cheio de óleo e derretendo.

Não importa.
O que importa é por fora.

Entro no restaurante e aquele bando de bocas abertas falando, falando e falando, mas o falar consiste em reclamar, xingar a puta da secretária do Hélio, o imbecíl estagiário do Roberto e a desastrada copeira que sujou a bolsa da madame.

Sempre imagino um final heróico.
Se eu pudesse enfiar um nabo gigante ali da bandeja na boca daquela loira, e quem sabe pegar um fio de couve gigante e enforcar o velho praguejento.
Os que mais me irritam são os pseudo-malandros. Estes são os mais perfumados.
Eles falam rouco e sempre tem gel no cabelinho de horário comercial.

Cada dia que passa sinto-me cada vez mais fora desse álbum de figurinhas...pô, acho que não sou colecionável, confiável e tão sem respeito por mim chegando ao ponto desta submissão.

Ok. Acabou o café.

Reunião.
Tchau.