sexta-feira, 31 de julho de 2009

A MORTE DO ÓVULO

O sintoma já previa o fato.
Elas batiam palmas e dançavam ao som de cantigas do inferno. Não fazia sol.
Não chovia.

Com toda a irritação devida aos fatos, a festa continuava. Ninguém pensou nos vizinhos e o síndico era medicado com calmantes pontualmente às 21h.

O desejo era de escutar sons bregas, bregamente alegres, o que é bem diferente das cantigas do inferno.
Uma fatia de bolo de nozes. Duas.

6 da manhã e a festa continuava.
Ninguém reclamou.

A não reclamação resulta em sintoma. Crônico.
Dias de repeat music. Dias de lagriminhas enfadonhas com dores de cabeça intermináveis. Palidez.

Diferente do Tim Maia, eu não quero chocolate.
Se você ficar chateado eu compro uma trufa e peço desculpas. Prometo.

Do salto da terceira para a primeira pessoa, eles terão que se despedir.
Fim da festa.

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