segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Cabotino

Do meu roteiro eu já não sei mais.
Tentei decorar, mas molhou, extraviou, o jacaré comeu.
Não posso. Não posso pensar na cena que visualizei e que é real.

Com um argumento mais recente posso dizer que o arquivo foi corrompido, e que eu não tinha nenhuma cópia nos meus itens enviados.

Decorei alguns trechos, mas só aqueles que continham musicais onde barris acompanhavam os funis.

Extratos de pura tolice que eu interpreto diariamente.

Quem escreveu? Quem?
Melhor não conhecer o autor da obra.

Quando coço a cabeça, os olhos, e a maquiagem borra, é um sinal de pura sintonia com o profundo magma no centro da terra.

A natureza cozinha toda a superfície em banho Maria. Rima como ninguém!
O planeta terra é um grande microondas que está ativado para aquecer um bocado de tempo. Não é apressado e não come cru. Gosta mesmo é de bem passado. Não quer desligar, e olhe que eu já mandei duas vezes para a assistência técnica. Estava fora da garantia.

Meu inseparável cajadinho da justiça e eu faremos críticas a todos estes que esconderam os meus disquetes embaixo da pedra.
Publicaremos tudo, mas tudo no mais puro papel de seda para que um dia queime nos campos do grande final. Ando a pensar em nomes de impacto para o grande fim.

O meu roteiro, mesmo que muito cafona, é real, sincero e cru.
Entregue para além dos pesadelos diários, eu vejo a cena que se repete todos os dias, cenas que eu gosto, cenas que sangram e dão sede.
Demasiadamente feliz, continuo sem saber o que é ou não real.
Ainda tenho o brilho nos olhos, que representa uma contínua febre dos bons e novos tempos.

Não há muito do que se vangloriar nesse procurar e encontrar. Não estamos em busca da verdade.

Noto neste rodar do microondas uma verdade itinerante. A verdade é primitiva, tudo está em transformação, mas nada está em transe. Partículas se dissipam.
Já a mentira é sequentemente desarmônica, instigante e eternamente nova como a do mundo do sonho.
O real, assim como a verdade, também é itinerante.

A pipoca ainda combina com o guaraná

domingo, 13 de setembro de 2009

PORTADOR DE DEFICIÊNCIA

Mesmo com a melhor música, insistiremos em questionar.
Ela disse tudo, o fio, começo, meio e fim da existência.
Nós cantamos. Mas não interpretamos.

Continuamos assim a perceber e receber as informações cada vez mais pesadas para a nossa capacidade de armazenamento, a leitura da situção, não somos capazes.
Somos espertos, é isso que afirma aquela voz interior que deveria ser surda e muda.

Que tudo começa e tudo termina, disso nós sabemos, mas o conformismo do infinito nos faz crer na possibilidade do além do possível.

Não fuinciona assim.

Uma vez me explicaram numa canção sobre este tal funcionamento.
Eu, como todos, insisti em não interpretar. Ouvi, apenas.

Em formato de tempestade, as notícias chegam e empurram o sentimento do conto diretamente para a saída de emergência.

Saiu, mas não voltou.

Duas pessoas, as pessoas que eu mais gosto ou tenha um sentimento equivocado sobre, irão me desapontar. Em breve.
Sem lápis irei anotar.

A previsão do tarot "moderno" propõe o sentimento de concorrência, da novena, da armadilha que armaram para você.

Eu sou a vítima.

Me conformo demonstrando compreensão e concordância. Sei até falar um pouco sobre.
Não sou especialista.

Espero que você se divirta e que lembre também da canção antiga e da nova.
Você perceberá que todas falam sobre o mesmo assunto.